sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Fotografa-me a juventude
Fá-lo agora, antes que ela possa partir
Esta não será sempre a minha cara
Terei outras
Sei como estou, não sei para onde vou
Fotografa-me de qualquer maneira
Sem poses, sem adereços
Só assim, vai tirando
Porquê?
Porque quero recordar-me de mim
Quero recordar-me naqueles dias
Em que já me tiver esquecido do que fui
Em que a minha pele já não for firme
E eu estiver deprimida com isso
Sim, eu não vou gostar
Segura-me a juventude que me resta
Antes que possa partir
Prende-a nessa fotografia
Mais tarde vou gostar de ver
Perceber que me queixei inutilmente
De tudo o que estava no sítio
Mas que eu não percebia
Sim, pode ser a preto e branco
A cores, como quiseres
Não me interessa.
Podes baixar a música?
Obrigada. É que não tenho uma cabeça
Tenho um tambor no seu lugar
Tenta fazer com que não se perceba nessa
Fotografia. Não me importo de não ficar
Bem, mas a cabeça de tambor é que não.

Preciso de dormir um bocado
Não me acordes
Mas fica à vontade, podes continuar
Com as fotografias, se quiseres.
Acho que a dormir também se consegue
Ver a juventude, não consegue?
Está bem, faz com entenderes.


A mulher do vestido preto.

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