O aborrecimento que mata
lentamente
Olho para eles e sinto-lhes
O sangue que corre na medida
certa
O sorriso mil vezes ensaiado
Os batimentos cardíacos alinhados
A concentração de paus mandados
As mãos sempre secas
Das coisas iguais,
Perfeitamente arrumadas
Perfeitamente arrumadas
Falso o fogo,
Imagens projectadas
Umas atrás das outras
Como lhes disseram que tinha de ser
Imagens projectadas
Umas atrás das outras
Como lhes disseram que tinha de ser
Tudo no tempo certo
Grande equilíbrio e ponderação
O gosto adocicado na boca
Erros corrigidos
Que nunca mais se repetem
Que nunca mais se repetem
O cabelo alinhado
Parem!
Parem!
Alguém que os acorde,
Que lhes amarrote a roupa
Alguém lhes dê um abanão
Alguém lhes explique que
O aborrecimento é uma maldição
Transforma-os em bonecos de cera
Em pouco tempo
O aborrecimento mata lentamente
Quando perceberem será tarde demais
Não haverá salvação
Já não tropeçarão nas palavras
Nem poderão voltar atrás
Sentir o formigueiro no estômago
O entusiasmo das luzes
O aborrecimento é uma maldição
Transforma-os em bonecos de cera
Em pouco tempo
O aborrecimento mata lentamente
Quando perceberem será tarde demais
Não haverá salvação
Já não tropeçarão nas palavras
Nem poderão voltar atrás
Sentir o formigueiro no estômago
O entusiasmo das luzes
Estarão mortos
Sem fazerem a mínima ideia
Sem fazerem a mínima ideia
E seguem sem arrependimentos
Adoráveis na sua perfeição
Dias sem noites
Mas o aborrecimento mata
lentamente
É uma maldição
É uma maldição
Sem colete à prova de balas
Optimismo eloquente
Na maior parte do tempo
A língua sem cortes
Esperança e certezas imaculadas
Os não impulsos
A energia na voltagem certa
A energia na voltagem certa
Os pulsos para usar pulseiras
Terrenos de conforto
O vazio preenchido com vasos de
flores
O aborrecimento é uma maldição
Feliz de quem não nasceu debaixo
De tais sombras
Feliz de quem não nasceu debaixo
De tais sombras
Alguém que os avise
A perfeição das pequenas coisas
A realização pessoal
É uma bruxa com um cesto de maçãs
Acham-se adoráveis na sua perfeição
É uma bruxa com um cesto de maçãs
Acham-se adoráveis na sua perfeição
Bafejados pela
sorte
Mas, não são bonecos de cera
Cheios de
certezas
Paus mandados a cumprir
Como lhes disseram para fazer
Parem!
Fujam
Corram com aquela força nas pernas
Aquela que tiveram um dia
E que o aborrecimento
Vos está a roubar.
Uma vez abraçados por tal maldição
Não haverá para onde ir
As pernas, os braços, o coração
Tudo se transforma em cera
E seremos obrigados
A viver neste museu para sempre
Paus mandados a cumprir
Como lhes disseram para fazer
Parem!
Fujam
Corram com aquela força nas pernas
Aquela que tiveram um dia
E que o aborrecimento
Vos está a roubar.
Uma vez abraçados por tal maldição
Não haverá para onde ir
As pernas, os braços, o coração
Tudo se transforma em cera
E seremos obrigados
A viver neste museu para sempre
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