Estacionei o carro e fui jantar. Quando voltei tinha uma roulotte de cachorros e hamburguers, as típicas com várias luzes coloridas a piscarem, a trancar-me o carro. Depois de um “Oh meu Deus!” cerebral, pedi gentilmente para tirar o carro, e o que se seguiu foi um grito: “ Olha aí pá! A miúda quer tirar o carro! Desliga a electricidade e vai buscar a roda da roulote!” – Dou o meu segundo “Oh God!”, desta vez em inglês porque soava melhor. Eis quando não, as luzes da roulotte foram desligadas, a senhora que estava a fritar batatas segura na frigideira do óleo (isto tudo, sempre com as batatas a fazer) e um atrelado puxa a roulote às escuras, deixando os clientes suspensos no meio da rua.
O dono da roulotte grita-me :"Já pode tirar o carro!" - Fiz apenas um "Sim" com a cabeça porque já estava há muito a conter o riso, porque depois daquele trabalho todo achei mal rir como se não houvesse amanhã à frente deles. Dentro do carro, ri-me muito, muito e fugi para não ver o espectáculo a ser montado novamente. Ainda gostava de saber onde tenho o ship escondido, aquele que atrai tudo o que é maluco e situações disparatadas e surreais.
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