segunda-feira, 16 de abril de 2012

Candura

Há uma doçura que se perdeu
Uma candura que desapareceu
Um lado quase infantil
Que diziam me dar graça
Partiu-se de vez o lado frágil
Fiquei só com a carapaça

Fico melhor assim
Com esse lado guardado para mim
As lágrimas quase não as tenho
Acabei com o stock todo
Prefiro rir baba e ranho
Divertir-me no meu lodo

Foi-se aquele brilho no olhar
De quem gostava muito de acreditar
De viver rapidamente, de sentir
E aqui vai um salva de amizade
Para o primeiro que se rir
Oh quanta bondade

Há uma ingenuidade que faleceu
Um querer agradar que esmoreceu
As pessoas precisam de muito pouco
Não sabem lidar com genuinidade
Há que baixar o fogo
Fazer uma selecção sem piedade

Foi-se aquela constante teimosia
Que levou consigo alguma magia
Sentem-se na cabeça as peças a mudar
Gere-se a ansiedade
Baixa-se o fogo para não queimar
E vive-se mais perto da realidade.

1 comentário:

  1. gosto muito deste poema, mas prefero acreditar que a candura não desapareceu, só se escondeu um pouco

    beijo
    Ana Vasques

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