terça-feira, 16 de junho de 2015

Se achas que não sinto 
Por me estar a rir
Não sabes nada
Se achas que não reparo
Por estar a falar
Ou a olhar na direcção oposta
Não sabes nada
Continuo a ser atingível
Um alvo fácil
Que se esconde atrás
De um acordo antigo
Feito no passado
Quando pensavam
Que não estava a ouvir
Ou não tinha idade para perceber
E não devia ter
Fiz um pacto
Com a indiferença dissimulável
E se achas que não me magoa
Não sabes nada
Ou sabes tudo
Sabes que sempre quis
Ser inexpressiva
Que não me viesse tudo
Ao de cima
Aos olhos
Ao papel e à boca
Sempre quis ser outra
Não esta que tivesse coragem
O descaramento
De escrever tudo
Não sou como vês
Melhor, pior
Depende dos dias
Das horas
Da fome
Se achas que por dormir
Vivo descansada
Não sabes nada
Que o meu apetite voraz
É sinal de saúde
Não sabes, lamento
Nem eu sei
Pensava que era especial
Percebi que era só diferente
E tive de aceitar
Não para perceber tudo
Mas o suficiente.

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