segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Nunca chega



O meu sorriso é tão fácil
Como o choro e como todas
As emoções que trago à flor da pele
Mas parece que sinceridade
E espontâneadade não chegam

Não me lembro de ter alguma
Vez feito mal a alguém
Claro que já todos magoámos alguém
Penso que terei pedido desculpa por isso
Parece que não chega

Não me lembro de ter passado por cima
Dos outros para atingir os meus objectivos
Nem de ter ficado roída de inveja
Quando os meus amigos se mudaram
Para uma casa maior e compraram aquele
Carro que faz voltar as cabeças quando passa
Mas isto não chega

Nunca fiz com que ninguém fosse despedido
Ou sequer envenenei alguém sobre
Determinada pessoa
Sempre respeitei as coisas  
Tentei compreendê-las mesmo sem concordar
E não chega?

Cometi e erros e já me arrependi
Já os remediei e os que remédio não têm
Remediados estão. Engulo sapos e vejo
Coisas horríveis todos os dias,
Coisas intragáveis.

E será que ainda não chega?

As pessoas têm o mundo do avesso
Os valores trocados e as suas inseguranças
Tornam-nos uns idiotas.
Chega.

Não sou um exemplo a seguir
Muito longe da perfeição
Mas se há coisas que não chegam
As pessoas já não são pessoas.
E isso é que não me chega.

Sem comentários:

Enviar um comentário