Tenho uma alma frágil
Uma alma sensível
Mas a textura é forte
O meu tecido resistente,
Rasga-se, eu coso.
Em casos mais graves,
Faço remendos
A alma sensível para escutar
O que não me dizem
Para ver o que não me mostram
Para escrever o que ninguém sabe
E nunca vão saber
A textura forte para gritar
Como se fosse louca
Para perder a razão, ser ilegal
E irreversível
Sensível, frágil, insegura
Bruta, forte, obstinada
E quanta obstinação
Choco comigo e contigo
Em várias frentes,
Em mundos erguidos, destruídos
Uns a arder, outros em cinzas
A alma sensível, mas a textura forte
Não posso ser feliz sem
A extra-sensibilidade que me foi dada
Não posso ser feliz
Sem a brutalidade que adquiri
Danos colaterais da alma sensível
De uma textura forte.
Gostei muito deste poema. Consigo reconhecer-me também algures...
ResponderEliminarTambém te consigo reconhecer.
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