terça-feira, 6 de agosto de 2013

Na minha rua há um senhor que arruma carros. Eu gosto dele desde a primeira vez que o vi. Não sei porquê. Talvez por saber que é possível que venha ali do Júlio. Talvez por que tem rastas e me faz lembrar de quando eu era adolescente e queria ter umas. Talvez porque não tem um único dente na boca e mesmo assim se ri muito. Minto, julgo que tem um dos caninos, mas só a meio. Digo-lhe sempre "olá", ele pergunta-me sempre se eu vivo onde vivo e respondo sempre que sim. Gosta de me dizer como é que arrumo carro, mesmo o lugar sendo na diagonal e não serem precisas grandes manobras. Hoje aconteceu o mesmo olá, a mesma pergunta sobre a minha morada, procurei a minha melhor moeda (a mais brilhante, vá) e dei-lhe. Ele perguntou-me se queria ajuda com as compras, eu disse que não, afinal eu vivo ali, mas fez questão de vir a correr para me segurar a porta e de me dar um empurrãozinho nas costas para levar balanço e quem sabe chegar mais depressa à porta. Moral da história: À boa educação não se olha ao dente.

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