sábado, 28 de dezembro de 2013

Sempre tive medo que a vida me parasse

Sempre tive medo que a vida me parasse
Que o mundo se acabasse 
Que as coisas que odeio se fossem embora
Houve alturas em que tive medo de mudar
Aceitar o que era
E que isso não é necessariamente mau
Medo de sentir o que sinto
O que não sinto
E de achar que sei o que todos sentem
Nem eles sabem
Tive de aprender a viver com as múltiplas 
Vontades, e às vezes, é assustador

Sempre tive medo que a vida me parasse

Que não houvessem dias de sol
Que a euforia desaparecesse
Medo de encontrar o que me faz falta
Se o dia em que vou saber o que quero chegar
O dia em que perco medo
Em que não preciso de procurar mais
Será o meu fim
Insuportáveis são as linhas rectas
Que a satisfação não me seja uma virtude
E os batimentos cardíacos me abrandem

Que a minha música não acabe nunca
Para que a minha vida não se acabe
Sou eu novamente com medo de mudar 
Não quero levitar por cima da vida
Ver-me lá em baixo
Agarrada a um molho de nadas
A ver a vida a passar

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